o que acontece no haiti e como começou a epidemia de colera?

O Haiti, pequeno país na ilha Hispaniola, ou Ilha São Domingos era praticamente desconhecido pela maioria das pessoas até que houve o grande terremoto em janeiro, que dizimou milhares de pessoas e mostrou ao mundo o país mais pobre das américas, onde o Brasil lidera a missão da ONU, criadaem 2004 na tentativa de estabilizar o país após a deposição do presidente Jean-Bertrand Aristide.

No entanto o que se vê é a permanência do caos, da desordem, de grupos guerrilheiros armados, da miséria, das doenças, e agora dessa absurda epidemia de cólera, uma doença causada por uma bactéria que se aloja nas paredes do intestino humano que provoca diarréia devido à produção de uma potente toxina. A Cólera é transmitida diretamente pelos dejetos humanos, por injetão oral, ou seja, principalmente água contaminada por fezes humanas. O risco de morte aso não seja tratada corretamente, é de cerca de 50% dos infectados. É uma doença exclusivamente humana.

O Haiti vive hoje a maior epidemia de Cólera dos últimos anos no mundo, cujas causas para o início da transmissão são desconhecidas e por isso mesmo, após a morte confirmada de mais de 1000 pessoas, com a estimativa de milhares de doentes, o Haiti vive agora uma grande onda de protestos, inclusive com mortos, pois correm boatos entre a população, de que a Cólera teria sido provocada pelas forças da Missão da Paz da ONU.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alegou que “agora não é o momento de investigar a origem do surto, mas controlá-lo e dar assistência aos doentes”, sendo que a ONU pediu uma ajuda de mais U$164 milhões para o combate à doença, que teve o alastramento dos casos após a passagem do furacão Tomas.

Ainda segundo a OMS, a epidemia não deve ser facilmente controlada, alegando que as projeções indicam cerca de 200 mil casos para os próximos 6 a 12 meses, sendo que a taxa de mortalidade no Haiti encontra-se em torno dos 6,5%, informando ainda que “a Cólera não existia no Haiti, por isso a população é muito suscetível à bactéria”.

- Ora, a OMS afirma que a bactéria não existia no Haiti e por isso não terá controle. A OMS informa que a taxa de mortalidade encontra-se em torno de 6,5%, ou seja, muito alta se comparada aos 10% esperados em caso da inexistência de qualquer tratamento, requerendo mais dinheiro e afastando os pedidos de investigação sobre as origens da epidemia, sob o argumento de “que agora é o momento de controlar a situação”, e que a investigação se dará “no futuro.”

- Pois bem, em qual futuro ? Sabe-se muito bem que quanto mais se alastra uma epidemia, mas difícil fica conhecer seu “paciente zero”, ou seja, o causador da doença. Se a própria OMS admite que a doença terá prosseguimento por até anos e que não existia anteriormente no país, porque se nega a uma investigação imediata, sabendo das dificuldades que será a localização do início da epidemia ?

- A questão torna-se polêmica e assustadora, principalmente se levar-mos em consideração a infecção proposital já ocorrida em países pobres, como aquela em que os EUA utilizaram de doentes mentais na Guatemala com o vírus da sífilis, ocorrida ainda nos anos 40, mas que os EUA “se desculparam” apenas neste ano.

- Não estou afirmando que essa epidemia foi proposital, mas existem hipóteses e sabemos muito bem do que o ser humano é capaz. Lembrem-se que a Cólera é uma doença exclusivamente humana, ou seja, qualquer tipo de pesquisa para tratamento e descoberta de novos medicamentos só terá eficácia se utilizado em humanos e não em animais como ocorre com diversas outras doenças…

- É de dar calafrios as possibilidades se pensar-mos num país extremamente pobre, numa ilha no Atlântico e portanto cercado de mar por todos os lados, exceto pela fronteira com a República Dominicana, que teve o primeiro caso detectado nesta terça-feira, ou seja, uma epidemia que mesmo não tratada, não sairá da ilha a não ser que alguém vá até lá, e ainda assim não tome os cuidados básicos de higiene para levar a doença a outras regiões… um “paraíso perfeito” para pesquisas ? Afinal se a doença não existia entre os haitianos, que vivem numa ilha, quem levou até lá e provocou a epidemia ?

- Seria não apenas uma necessidade, mas uma obrigação da ONU o início de uma imediata investigação sobre o caso, e se negando a tal sob qualquer tipo de pretexto, estará criando um sem número de hipóteses sobre o surgimento da doença, dentre as quais que realmente pode ter havido a contaminação por algum integrande da missão, de modo involuntário, mas ainda assim estranho devido ao tipo da doença, ou pior, que pode ter havido a contaminação proposital, o que nos leva a pensar sériamente sobre o mundo em que vivemos.