sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Nasa não tem verba para monitorar asteróides mortais


Concepção artística mostra asteroide se desintegrando ao passar próximo a uma estrela


07 de agosto de 2009
NASA/JPL-Caltech/Divulgação
A Nasa, agência espacial americana, é encarregada de monitorar a maioria dos asteroides que representam alguma ameaça para a Terra, mas não tem dinheiro para isso, anuncia um relatório da Academia Nacional de Ciências divulgado nesta quarta-feira. Embora a missão tenha sido atribuída à Nasa há quatro anos, o Congresso dos Estados Unidos nunca aprovou o financiamento para a construção dos telescópios que fariam o serviço de alerta. As informações são da agência AP.

A responsabilidade da agência é de, até 2020, localizar 90% das rochas espaciais com potencial de provocar uma catástrofe ao colidir com o planeta. No entanto, a Nasa informou que é capaz de completar apenas um terço da missão com os atuais equipamentos disponíveis.

A agência estima que cerca de 20 mil asteroides e cometas no Sistema Solar sejam ameaças potenciais por terem mais de 460 m de diâmetro. Atualmente, os cientistas sabem onde estão cerca de 6 mil desses objetos. “Rochas com um tamanho entre 460 m e 3,2 mil m de diâmetro são consideradas mortíferas e podem devastar uma região inteira”, disse Lindley Johnson, gerente do departamento da Nasa que monitora objetos próximos à Terra.

No mês passado, os astrônomos foram surpreendidos quando um objeto de tamanho e origem desconhecidos se chocou contra Júpiter, tumultuando a superfície do planeta. Júpiter é atingido com mais frequência do que a Terra por causa da sua enorme gravidade, grande dimensão e localização.

A Nasa calculou que providenciar um serviço de monitoração de asteroides como a lei determina significaria gastar cerca de US$ 800 milhões até 2020, com o desenvolvimento de um telescópio em terra ou no espaço. A verba de US$ 300 milhões já ajudaria a agência a encontrar a maior parte dos asteroides com mais de 305 m de diâmetro, mas o dinheiro ainda não chegou.

Redação Terra
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Texto abaixo da APOLLO11.com

Apesar de os filmes de ficção já terem apresentado diversas soluções mirabolantes para destruir os asteróides perigosos que ameaçam a vida na Terra, na vida real a Nasa é provavelmente a única agência espacial capaz de fazê-lo, mas esbarra em um problema desconhecido pelos cineastas de Hollywood: a falta de dinheiro.

Segundo um relatório publicado esta semana pela Academia Nacional de Ciências, dos EUA, apesar da Nasa ser a responsável por rastrear os asteróides que ameaçam o planeta, até agora nenhuma verba foi destinada para a construção de qualquer telescópio rastreador e mesmo assim a agência é obrigada, por lei, a rastrear 90% das rochas potencialmente perigosas até 2020. Segundo a Nasa, apenas um terço desse trabalho foi concluído.

Estima-se que existem pelo menos 20 mil asteróides com mais de 140 metros de diâmetro capazes de ameaçar a Terra, mas apenas 6 mil deles foram descobertos e tiveram suas órbitas calculadas. De acordo com Lindley Johnson, diretor da Nasa para o programa de objetos próximos à Terra, NEO, apesar do choque de uma rocha entre 140 metros e 1 quilômetro de diâmetro não ter condições de acabar com a Terra, o impacto pode devastar grande parte do planeta.

Desconhecidos
O maior problema para os pesquisadores não é com os asteróides e cometas já mapeados, mas com aqueles ainda desconhecidos, como o que se chocou com o planeta Júpiter em julho passado (2009) e criou uma cicatriz atmosférica maior que a Terra. Na ocasião o choque pegou os astrônomos de surpresa, já que não haviam detectado nenhum objeto se dirigindo contra o gigante gasoso.

Apesar de serem obras de ficção, filmes como Impacto Profundo despertaram a atenção do público para um problema real, mas não sensibilizaram os políticos americanos a destinar mais verbas para o programa de prevenção que eles próprios criaram. E para piorar as coisas, queiram ou não os antiamericanos, a agência espacial dos EUA talvez seja a única em todo o mundo capaz de tocar um programa dessa envergadura.

“O governo americano é praticamente o único que pode fazer isso, o que mostra que o problema não está sendo enfrentado”, disse Lindley Johnson, diretor-executivo da Planetary Society, uma organização não-governamental de defesa da exploração do espaço.

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