sábado, 1 de janeiro de 2011

2011, o ano em que poderemos dar adeus à liberdade na internet

OBS: O Artigo foi publicado pelo IDG NOW!, um site de domínio do UOL, ou seja, até sites mais ortodoxos, já cairam na real dos fatos.
Por IDG News Service
Publicada em 14 de dezembro de 2010 às 16h58
Cada vez mais governos e instituições parecem controlar o uso da web, caso de países como China e Estados Unidos.

Este artigo de final de ano é, acima de tudo, um modesto olhar sobre o que vejo e imagino para o futuro. Afinal, estamos prestes a começar 2011, e ao que tudo indica, será um ano decisivo para a Internet e para todo o seu grande potencial livre.

Ao longo de sua história, a Internet tem sido essencialmente livre de regulamentação governamental. Embora existam exceções – alguns países estão trabalhando bastante para controlar o conteúdo online.

Mas, sem dúvida, tem sido profundo o impacto da Internet sobre a indústria da música e do cinema, jornais, entretenimento, privacidade, transparência de governo (voluntária ou não) e educação.

Claro, existem muitas pessoas que não estão felizes com estas mudanças, muitas vezes, impostas pela web. Por alguns anos, a indústria dos direitos autorais protestou bastante contra a Internet. Ainda que alguns indivíduos tenham realmente tido dores de cabeça, nada realmente mudou para a maioria, pelo menos até o momento.

Entrentato, os esforços para controlar a rede de outras maneiras estão começando a crescer.

Governos x Internet

Um exemplo recente foi o evento ITU Plenipotentiary Conference, em Guadalajara, no México, onde ocorreu uma grande discussão sobre a possibilidade de extender à Internet o regime regulatório dos sistemas mundiais de telefonia. Mas, no final, o encontro terminou sem a conclusão de um regulamento global.

Uma outra tentativa surgiu com a Comissão para Ciência e Tecnologia das Nações Unidas, que votou no sentido de estabelecer um comando único, nas mãos do Fórum para Governança da Internet – um grupo responsável por discutir questões na web relacionadas, principalmente, a direito de imagens.

Agora, um grupo, constituído por países integrantes da ONU, investigará como ajustar a IGF para este comando. Sinceramente, não é preciso muita imaginação para prever o provável resultado.

Afinal, os governos, em geral não gostam muito da internet ou pelo menos de atividades online que eles não controlam. Alguns, como a chinês, por exemplo, estabeleceram inúmeras restrições aos websites de seus próprios países. Um caso recente é a Venezuela.

Uma possível reestruturação da Internet permitiria a cada país gerenciar o conteúdo de tal forma que se tornaria difícil descobrir o que está acontecendo ao redor do mundo.

Mas não temos de esperar a ONU para refletirmos sobre o futuro. Recentemente, o governo dos EUA tirou do ar uma série de domínios, sem qualquer notificação oficial aos proprietários.

Caso semelhante pode ter ocorrido caso o governo dos EUA tenha realmente pressionado o PayPal e a Amazon para interromper seus serviços ao WikiLeaks, novamente, sem a utilização de nenhum meio legal.

Você não tem de ser um fã do WikiLeaks para entender que deixar o governo dos EUA decidir sozinho, sem nenhum processo jurídico como o definido pela Constituição, não é um caminho para a liberdade. Além disso, a FCC votará um novo marco regulatório para a internet no dia 21 de dezembro – e o conteúdo está sendo mantido longe dos holofotes.

Posso estar sendo um pouco alarmista, mas os sinais indicam que a Internet do futuro não será igual àquela que um dia conhecemos, a não ser no nome. Feliz Ano Novo.
(Scott Bradner)
uol

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