Embora a gripe suína (H1N1) apresente (até agora) uma taxa de letalidade baixa, variando entre 0,4% e 0,5%, o que não a coloca como uma pandemia letal como a gripe espanhola de 1918, ainda há razões para preocupação.
Em 10-maio nós fizemos algumas previsões e projeções com 1/3 da humanidade infectada, conforme a OMS declarou em 7-maio. (veja vídeo)
Os dados foram...
Projeção de população mundial para Julho-2009 = 6,790,062,216
1/3 da humanidade infectada com H1N1, segundo a OMS = 2,263,354,072
Taxa de letalidade do vírus em 11-jun = 0.5% = 11,316,770 (milhões) de mortos.
A verdade é que uma taxa de letalidade baixa, variando entre 0,4% e 0,5%, muito semelhante da gripe comum, teríamos ao menos 10 milhões de mortos no mundo todo. Pode parecer assustador, mas esta previsão ainda é "otimista" diante de outras.
Por exemplo, o Banco Mundial estimou em 2008 que uma pandemia de gripe poderia custar 3 trilhões de dólares e resultar numa queda de aproximadamente 5 pontos porcentuais no crescimento do PIB mundial. O Banco Mundial estimou que mais de 70 milhões de pessoas poderiam morrer no mundo em decorrência de uma epidemia séria. (veja aqui).
Mais projeções realistas
Portugal prevê que a epidemia poderá provocar dois a três milhões de infectados e 75 mil mortos no país. (leia aqui).
Grã-Bretanha prevê 100 mil novos casos de gripe suína diários no país e 40 mortos por dia. (veja aqui)
285 mil mortos no Brasil
Usando a menor taxa de letalidade possível, ou seja, aquela da gripe comum que é 0.5%, teríamos 285 mil mortos no Brasil. Isso se 30% de população (57 milhões) fosse infectada. Este dado, ou seja, 30% é cientifico. Estudos indicaram que uma pandemia "média" pode infectar, no mínimo, 30% da população de um país.
Tão leve quanto à gripe comum
No início de maio pesquisadores falaram que o vírus da gripe suína não é mais grave que o de gripe comum. (leia aqui) Mas agora a coisa está mudando. Dois estudos paralelos nos EUA e na Holanda mostraram que o vírus da gripe suína ou 2009 A (H1N1) causa no furão, um pequeno mamífero, uma doença um pouco mais severa do que o vírus H1N1 das gripes sazonais. Os resultados indicam que é provável que o vírus permaneça por longo tempo em populações humanas --com potencial ainda desconhecido de se tornar mais perigoso. (leia aqui).
Em 1918, na brutal gripe espanhola, a primeira fase da gripe matou poucas pessoas e muitos acharam que seria uma leve epidemia. Alguns meses depois uma nova e devastadora fase da pandemia matou milhões. (leia aqui)
Vítimas da gripe suína são jovens, alguns saudáveis
Como bem sabemos, a gripe comum costuma ser letal apenas entre crianças, idosos ou pessoas acometidas por doenças sérias, mas não é isso que estamos vendo. Cientistas ainda não sabem o motivo do vírus estar matando pessoas jovens e saudáveis. (veja aqui e aqui)
Tratamento com Tamiflu vai resolver a situação
Uma mutação genética do vírus da gripe suína resistente ao Antiviral Tamiflu, o medicamento que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda para o combate ao vírus, já começa a preocupar os cientistas. Até agora Hong Kong, Japão e Dinamarca já reportaram casos onde pacientes não apresentaram melhorias com o Tamiflu. (veja aqui)
Colapso do sistema de saúde
Todos nós sabemos que os sistemas de saúde das principais cidades brasileiras e mundiais são precários e muito provavelmente não suportariam, diante de um cenário grave, atender e tratar simultaneamente milhares de pacientes infectados com o novo vírus. (leia aqui). Por exemplo, a Argentina já começa a apresentar problemas de saturação no seu sistema de saúde, como falta de remédios, médicos e leitos. (leia aqui)
Vírus H1N1 + HIV poderia 'devastar a raça humana'
Cientistas chocaram o mundo quando alertaram que o vírus H1N1 poderia se misturar com o HIV e criar um novo vírus tão mortal como o da gripe espanhola. (leia aqui)
Haverá vacinas para toda população mundial?
Obviamente que não há matéria prima e nem infraestrutura para produzir quase 7 bilhões de vacinas em alguns meses. OMS declarou: "Não temos capacidade para fabricar vacinas para toda população do mundo". (leia aqui)
Haverá Tamiflu e testes para todos?
Para especialistas, as chances de que milhões de pessoas vivendo em regiões pobres recebam o remédio é muito pequena. (leia aqui). Da mesma forma, nem todos terão condições de realizar os testes para saber se é ou não é o novo vírus H1N1.
Como viu acima, temos algumas razões para observarmos com atenção esta pandemia. Não é alarmismo, mas realismo.
créditos e agradecimentos pela pesquisa: equipe porque2012.com
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